uma carta uma brasa através
por dentro do texto
nuvem cheia da minha chuva
cruza o deserto por mim
a montanha caminha
o mar entre os dois
uma sílaba um soluço
um sim um não um ai
sinais dizendo nós
quando não estamos mais
*
um deus também é o vento
só se vê nos seus efeitos
árvores em pânico
bandeiras
água trêmula
navios a zarpar
me ensina
a sofrer sem ser visto
a gozar em silêncio
o meu próprio passar
nunca duas vezes
no mesmo lugar
a este deus
que levanta a poeira dos caminhos
os levando a voar
consagro este suspiro
nele cresça
até virar vendaval
*
coração PRA CIMA escrito em baixo FRÁGIL * nascemos em poemas diversos destino quis que a gente se achasse na mesma estrofe e na mesma classe no mesmo verso e na mesma frase rima a primeira vista nos vimos trocamos nossos sinônimos olhares não mais anônimos nesta altura da leitura nas mesmas pistas
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