A chuva dispersa
orvalho da madrugada
beleza selvagem
Posted in Solange Firmino, tagged haicai, orquidea on dezembro 4, 2019| Leave a Comment »
Posted in Solange Firmino, tagged fragmentosdainsonia, nasa50thanniversary, poema on julho 21, 2019| Leave a Comment »
No resto do dia
despojos do sol
solitário
cansado de brilhar
emprestam seu reflexo
para um sorriso
de lua
escancarada no céu
como um lustre suspenso
esperando um uivo
qualquer
.
Solange Firmino
(No meu livro: “Fragmentos da insônia”)
Posted in Solange Firmino, tagged inverno, poesia on junho 23, 2018| Leave a Comment »
.
Não sei se amo mais o marujo, o vento
ou a maré que traz a desordem da espuma.
O cais inabitado é uma metáfora a decifrar
o silêncio do inverno.
.
Os BARCOS velhos ancorados, as velas rotas recolhidas
fazem pensar que só buscavam um porto de abrigo.
Até as aves marinhas alteram seus rumos.
.
Adio para amanhã mais uma tormenta.
Ao entardecer, percorro a orla da praia.
Espero a lua se acender no mar.
Só os uivos comovidos dos cães
me fazem companhia agora.
.
Solange Firmino
(No meu livro: “Das estações”)
Posted in Solange Firmino, tagged poesia on maio 23, 2018| Leave a Comment »
Céu de primavera
há uma brisa que regressa
uma nova flor
Solange Firmino
Posted in Solange Firmino on maio 23, 2018| 1 Comment »
Estou presa aos abismos,
exaurida na vertigem dos dias.
Tenho fascínio pelas alturas,
mesmo que sejam invertidas.
Esses degraus perversos
levam-me às noites insones
e nítidas.
Mas é outono,
vou olhar o poente
e anotar no meu bloco
os versos que me lembrem
dos amarelos de Van Gogh
que explodem em girassóis.
Solange Firmino
(No meu livro “Geometria do abismo”)
Posted in Solange Firmino, tagged concurso, haicai, livros, poemas, solange firmino on abril 6, 2018| Leave a Comment »
O outono chegou me trazendo bons frutos.
Posted in Solange Firmino on fevereiro 28, 2018| Leave a Comment »
🌸🙏🌱💦
Posted in carlos drummond de andrade, concurso, Solange Firmino, tagged concurso, drummond, idoso, poema, solange firmino on outubro 4, 2017| Leave a Comment »
Meu poema ficou entre os três melhores no II Concurso ALAP “Paranavaí Literária”.
Os poemas temáticos escolhidos pela Academia nesta segunda edição versaram sobre o idoso e a arte de envelhecer.
A entrega da premiação ocorrerá no dia 31 de outubro de 2017, durante evento comemorativo do Dia Nacional da Poesia (instituído pela Lei nº 13.131, de 3 de junho de 2015, em homenagem à data de nascimento de Carlos Drummond de Andrade).
Inexorável
Na véspera de minha morte, naufraguei nas abissais ondas do Letes.
Subornei oráculos para saber meu fim, mas os vates discretos resistiram,
assediaram-me com seu séquito de sacerdotisas sensuais.
Eles sabiam da minha fadiga e trouxeram asas, como as de Ícaro.
Foi assim que caí feliz no abismo.
Até gostei do espaço entre o chão e a queda…
Com o tempo, o espelho me envelheceu.
Nele me vi, e vi inteiros
os versos atirados nos lagos mansos dos olhos,
isentos de eternidade,
mas cheios de memórias e descaminhos.
Abri os lábios e saíram palavras indecifráveis
em busca de abraços e gestos sem punhaladas.
Como dizer-me que os espelhos também deformam?
Eles não refletiram quem eu sou,
Só vi o rosto antigo de criança-adulta, esculpido no reflexo.
Nunca foi a parte inteira e etérea do infinito materializado.
Eu e meu nome, somos mais que álbuns, recortes, paisagens,
pedaços de percursos, calendários,
gestos e cores nas fotografias
e nos passos idos.
Faço uma reza.
Envelhecer é simples,
mas ainda tenho uma canção de ninar
nessa tarde de abril, de quentura insuportável.
Ignoro a morte que se esquiva
exilada nas sombras, extenuada das lonjuras da idade.
Ela tem uma sede envelhecida.
Solange Firmino
Vocabulário
Letes – Rio do Hades. Quem bebesse de suas águas esquecia das vidas passadas.
Oráculo – Divindade consultada, intermediário humano, ou ainda o lugar sagrado que transmite a resposta.
Vates – profetas, videntes.
Séquito – Conjunto de pessoas.
Posted in Solange Firmino, tagged frases, palavra, rima, secreta on agosto 17, 2017| Leave a Comment »
Posted in livros, Solange Firmino, tagged inverno, solange firmino on julho 31, 2017| Leave a Comment »
São intermináveis
as luas e os sóis
e o milagre dos dias que irrompe.
Chove em mim e o
ventre do abismo
acolhe o trajeto dos pássaros.
Vejo frutas prematuras
na paisagem que criou
este poema.
Logo será tempo de morrer
e entoar um cântico
de renovação
ao fascínio incerto
do solstício.
É familiar esse aceno
das árvores
que me seduz
em pleno mês de julho.
Solange Firmino
(No meu livro “Geometria do abismo”)